segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Casamento Intercultural

Hoje em dia, a sociedade que nos envolve, faz-nos cada vez mais questionar acerca de temas cuja resposta muitas vezes não nos interessa ou nos exige demasiado. O Cardeal Patriarca de Lisboa D. José Policarpo abordou o tema do casamento entre duas pessoas, em que um dos conjuges é de origem muçulmana. Na sua opinião, este género de uniões poder-se-á um problema consistente, apesar da sua evidência. A cultura muçulmana é muito peculiar, com particularidades e hábitos aos quais nem todos se sujeitariam. Por isto, D. José Policarpo avisou: 'Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem, pensem muito seriamente, é meterem-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam.' A comunicação é e sempre foi um problema, uma vez que os muçulmanos acreditam que a sua verdade é única e incondicional. No entanto, para que haja pelo menos uma tentativa de comunicação com este povo é necessário uma “primeira atitude fundamental”, respeito e conhecimento.
Voltando à problemática do casamento intercultural com um indivíduo de raça muçulmana, seja homem ou mulher, seria cliché e muito bonito de se dizer que o amor prevalece à cultura, às dificuldades, às divergências, etc. No entanto, trata-se de um problema mais complexo, uma vez que é muito complicada a adaptação a esta cultura extremamente opressora, não havendo outra alternativa nesta situação. No caso do casamento com um muçulmano, este poderá fazê-lo fora da sua religião e cultura já a mulher muçulmana não. O discurso do nosso Cardeal, a meu ver, foi um justo conselho de realismo e não uma discriminação, apesar da falta de eloquência e ponderação com que D. José Policarpo proferiu o seu discurso. No entanto, se fizermos uma análise geral, poderemos aperceber-nos de que as palavras do Cardeal de Lisboa têm o seu sentido, sendo que, por exemplo, uma mulher que case com um homem muçulmano terá de mudar para sempre todo o seu conceito de “liberdade”, viverá escondida numa burca, nunca poderá andar na rua sem ser acompanhada, terá de ficar em casa a cuidar da família, sem se pôr a si própria a hipótese de uma vida profissional, etc. Será que o amor prevalece à liberdade? Na minha opinião isto não é amor por alguém mas sim falta de amor-próprio. Ninguém deveria pôr em risco a sua liberdade, os seus costumes, os seus ideais e as suas ideologias por um casamento opressor com costumes extremistas e retrógrados. Isto não é amor, é uma sentença de morte.


Marina

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