Sermão de Santo António aos Peixes, capítulo III
O capítulo III é igualmente um louvor aos peixes, mas agora é feito num carácter particular. O Padre António Vieira “utiliza” quatro peixes para mostrar a relação entre o mundano e o divino e o modo como os peixes se dão a certos cuidados a que os homens nem sequer pensam. Nem sequer dão a devida consideração a certos assuntos.
O primeiro peixe a que se faz alusão é o Santo Peixe de Tobias. É contada a história de Tobias, a quem o Anjo disse para ficar com as entranhas do peixe, pois curava a cegueira e o seu coração expulsava os demónios. Tobias experimentou e curou a cegueira a seu pai e casou-se com uma mulher a quem já tinham morrido muitos maridos, por culpa de um demónio. Então, Tobias expulsou o demónio com o coração do peixe e casou com essa mulher. Este peixe simboliza o poder purificador da palavra de Deus e também se relaciona com as características de Santo António, já que o seu coração também era bom e o fel só está presente em Santo António, através das palavras que disse, quando tentou influenciar a audiência, dizendo que nada estava bem, nem sequer as suas atitudes.
A seguir, é feita a alusão à Rémora. Este tipo de peixe caracteriza-se por ter um corpo pequeno e uma grande força e poder. Tem força suficiente para, ao agarrar uma nau, a conduzir sozinha. A sua principal virtude é a sua determinação e o facto de travar as naus que simbolizam as paixões humanas. São discriminadas quatro naus: a Nau Soberba, a Nau Vingança, a Nau Cobiça e a Nau Sensualidade. A finalidade das interrogações feitas é a de convencer os ouvintes. Os comentários feitos a cada uma têm a função de chamar a atenção dos ouvintes para as várias tentações que precisam de ser evitadas.
O terceiro peixe a ser referido é o Torpedo. Este peixe produz descargas eléctricas que fazem tremer o braço do pescador. Nesta parte do texto, é introduzido um recurso estilístico denominado de gradação (“passa a virtude do peixezinho, da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador.”). Ou seja, existe uma intensificação do sentido. Também existe uma relação entre esta gradação e as anáforas presentes no discurso, já que ambas pretendem chamar a atenção dos ouvintes.
O capítulo III é igualmente um louvor aos peixes, mas agora é feito num carácter particular. O Padre António Vieira “utiliza” quatro peixes para mostrar a relação entre o mundano e o divino e o modo como os peixes se dão a certos cuidados a que os homens nem sequer pensam. Nem sequer dão a devida consideração a certos assuntos.
O primeiro peixe a que se faz alusão é o Santo Peixe de Tobias. É contada a história de Tobias, a quem o Anjo disse para ficar com as entranhas do peixe, pois curava a cegueira e o seu coração expulsava os demónios. Tobias experimentou e curou a cegueira a seu pai e casou-se com uma mulher a quem já tinham morrido muitos maridos, por culpa de um demónio. Então, Tobias expulsou o demónio com o coração do peixe e casou com essa mulher. Este peixe simboliza o poder purificador da palavra de Deus e também se relaciona com as características de Santo António, já que o seu coração também era bom e o fel só está presente em Santo António, através das palavras que disse, quando tentou influenciar a audiência, dizendo que nada estava bem, nem sequer as suas atitudes.
A seguir, é feita a alusão à Rémora. Este tipo de peixe caracteriza-se por ter um corpo pequeno e uma grande força e poder. Tem força suficiente para, ao agarrar uma nau, a conduzir sozinha. A sua principal virtude é a sua determinação e o facto de travar as naus que simbolizam as paixões humanas. São discriminadas quatro naus: a Nau Soberba, a Nau Vingança, a Nau Cobiça e a Nau Sensualidade. A finalidade das interrogações feitas é a de convencer os ouvintes. Os comentários feitos a cada uma têm a função de chamar a atenção dos ouvintes para as várias tentações que precisam de ser evitadas.
O terceiro peixe a ser referido é o Torpedo. Este peixe produz descargas eléctricas que fazem tremer o braço do pescador. Nesta parte do texto, é introduzido um recurso estilístico denominado de gradação (“passa a virtude do peixezinho, da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador.”). Ou seja, existe uma intensificação do sentido. Também existe uma relação entre esta gradação e as anáforas presentes no discurso, já que ambas pretendem chamar a atenção dos ouvintes.
Ana Rita Eiras
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