No centro do espelho, vejo a minha boca abstracta, não está focada, metade sorri outra não se abre, parece que metade quer mostrar os bons momentos que já passou mas a outra, a outra mantém-se intacta, não abre… Essa metade que pouco mostra é a parte das memórias, não digo que guarda só as más, talvez pequenas e grandes mas que não se vão descobrir, que fazem parte da nossa ‘personalidade secreta’; sabe-se que estão lá mas não se sabe o que são. Não vejo muito mais, não sei porquê, mas da próxima vez que me olhar ao espelho, espero ver mais… Até lá, visto uma máscara e continuo a desvendar, a tentar descobrir quem eu sou e o que tenho para dar.
Ana Patacão, em 2007/08
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