Existem tantas formas de sentir culpa… Podemos senti-la por não termos apoiado quem tanto precisava de nós, podemos senti-la por ferir alguém que nos amava, podemos sentir por ter enganado alguém que não merecia, podemos sentir porque pensamos não ter feito o suficiente, podemos apenas senti-lo!
Günter Grass, antigo soldado nazi, deve conhecer o sentimento de culpa melhor que tantas outras pessoas! O passado dele continua presente, todo sofrimento causado nas pessoas, tudo aquilo que fez enquanto na juventude nazi, “…é grande a tentação de nos abstrairmos totalmente das nossas próprias falhas…”
A verdade é que por muito que possa ser perdoável, o passado está presente, e tudo o que fizemos, apenas não se vai, por muito que custe!
O antigo soldado nazi, vencedor do prémio Nobel da literatura em 1999, fala-nos em divida e culpa dizendo que uma palavra puxa a outra, “…tão firmemente enraizadas no solo fértil da língua alemã…”, nem sempre nos é fácil falar nos nossos erros, no nosso sentimento de culpa, maioritariamente custa falar sobre ele, mas o ser humano tem essa necessidade, é tão complicado guardar essas coisas para nós!
Então, há quem opte pela escrita, “será que quando escrevemos fazemo-lo para resolver uma circunstância de desconforto interior?” escrever, talvez seja uma necessidade imposta por nós quando não conseguimos confidenciar a alguém o que nos vai no pensamento, ou apenas porque preferimos apenas guarda-la para nós!
Considero que me ajuda a pensar, me ajuda a organizar a cabeça, e todos aqueles pensamentos que andam perdidos!
Mafalda Monteiro, em 2007/08
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