quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Culpa

Na minha opinião, culpa é um conceito inigualável, uma palavra que nos traduz um sentimento com que por vezes nos deparamos. A culpa é um sentimento, que por mais que tentemos esquecer ou apagar da nossa memória, não conseguimos. Eu penso que esse sentimento persiste até fazermos algo que possa remediar qualquer situação que nos faça deparar com a culpa.
Se formos pensar na quantidade de vezes que nos sentimos culpados, penso que não têm conta, são inúmeras as vezes que tal acontece.
Eu consigo definir dois tipos de culpa: a culpa passageira, aquela com que nos preocupamos, aquela que sabemos o que fazer para atenuá-la rapidamente; e a culpa inesquecível, derivada de qualquer acontecimento por nós provocado e que nos é impossível atenuá-la. Eu penso que é essa a culpa que persiste no dia-a-dia até ao fim da nossa vida que nos provoca angústia e amargura.
Uma boa maneira de tentar resolver uma circunstância de desconforto é, na minha opinião, partilhando com alguém a nossa dor, mesmo que esse alguém se converta numa folha de papel, sendo por mim considerada uma boa maneira, a escrita, a partilha das nossas mais profundas inquietações com algo que nos ouve, que está sempre lá para qualquer desabafo.
Em suma e numa interpretação pessoal, a culpa é um sentimento que nos prende a algo que não queremos recordar e muito menos voltar a viver.
Inês Santos, em 2007/08

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