Se formos pensar na quantidade de vezes que nos sentimos culpados, penso que não têm conta, são inúmeras as vezes que tal acontece.
Eu consigo definir dois tipos de culpa: a culpa passageira, aquela com que nos preocupamos, aquela que sabemos o que fazer para atenuá-la rapidamente; e a culpa inesquecível, derivada de qualquer acontecimento por nós provocado e que nos é impossível atenuá-la. Eu penso que é essa a culpa que persiste no dia-a-dia até ao fim da nossa vida que nos provoca angústia e amargura.
Uma boa maneira de tentar resolver uma circunstância de desconforto é, na minha opinião, partilhando com alguém a nossa dor, mesmo que esse alguém se converta numa folha de papel, sendo por mim considerada uma boa maneira, a escrita, a partilha das nossas mais profundas inquietações com algo que nos ouve, que está sempre lá para qualquer desabafo.
Em suma e numa interpretação pessoal, a culpa é um sentimento que nos prende a algo que não queremos recordar e muito menos voltar a viver.
Inês Santos, em 2007/08
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